Neste artigo pretendemos mostrar como o contexto latino-americano impõe desafios ao estudo do “medo do crime” por exigir uma análise do medo em sua associação com a violência, que tem forte presença na região. Inicialmente, discutimos as dificuldades de se conceituar medo, crime e violência e propomos algumas formas de tratamento destes termos. Com base em revisão de estudos, elencamos as especificidades da violência na América latina e situamos, em um “gradiente do medo”, as abordagens que consideramos, segundo alguns critérios, as mais profícuas na associação medo e violência. Ao fazê-lo, corroboramos a aplicabilidade do modelo de gradiente e identificamos algumas insuficiências na abordagem da associação violência e medo que podem despertar novos estudos.