O artigo analisa representações contemporâneas sobre a “boa morte” a partir de livros classificados como “novos manuais da boa morte”. Tais textos são escritos majoritariamente por profissionais de saúde ou atuantes nessa área, dos Estados Unidos, e direcionam-se ao público geral. Partindo de uma avaliação negativa das atitudes vigentes diante da morte e do morrer, propõem outras formas de lidar com esses aspectos da vida. Através da análise discursiva, busca-se identificar significados veiculados no discurso sobre a boa morte e o bem morrer que se relacionam com aspectos estruturantes da sociedade contemporânea. Argumento que nos novos manuais da “boa morte” é possível identificar três proposições, cada qual conectada a uma dimensão do problema social da morte e do morrer: um novo arranjo de conhecimentos expert e trabalho de cuidado; um estilo de gestão do tempo e temporalização da morte; e um modo de construir o sujeito.