Esse artigo é sobre as formas de regulação da milícia em um condomínio popular do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) no Rio de Janeiro, Brasil. De um ponto de vista etnográfico, abordo as relações entre a milícia, a infraestrutura urbana e os mercados de bens e serviços, bem como os impactos das formas de regulação do crime organizado sobre a vida cotidiana dos moradores desse território. Em consonância com a política econômica neoliberal, a expansão dos mercados de segurança organizados pelas milícias ocorre juntamente a um processo de privatização dos espaços públicos. O objetivo do texto é chamar atenção para a sobreposição entre os arranjos espaciais inaugurados pelas políticas públicas de habitação e as formas de regulação das milícias nas periferias do Rio de Janeiro.