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Esta pesquisa tem por objetivo analisar as representações dos trabalhadores sobre as mudanças nas relações de trabalho e emprego na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) a partir da expansão da terceirização de suas atividades e funções. Através de entrevistas realizadas com sindicalistas, trabalhadores e ex-trabalhadores, buscamos compreender a maneira como os funcionários da CSN e das firmas terceirizadas entendem a sua condição e a de seu grupo em relação à condição de outros trabalhadores e grupos dentro da indústria. A maneira como os empregados da CSN e os empregados terceirizados concebem sua condição e seu papel dentro da produção, em comparação com os papéis de outros empregados, contribui para o forjamento de múltiplas identidades dentro da categoria. A visão segregada dos perfis desses trabalhadores da usina colabora para a construção de identidades políticas fragmentadas. Para além das diferenças entre terceirizados e trabalhadores da CSN, buscamos também compreender as aproximações entre os estatutos desses dois tipos de empregados apontadas pelos entrevistados, e as expectativas em torno da CSN e das firmas terceirizadas enquanto contratantes. A definição de “atividade meio” em 1993 possibilitou a expansão da prática da terceirização de efetivos permanentes pelo interior das indústrias e do processo de produção. O trabalhador terceirizado permanente inaugura uma nova situação dentro da fábrica: não é trabalhador do quadro direto, embora desempenhe suas atividades cotidianamente no interior da contratante; e, por outro lado, não é o trabalhador terceirizado temporário, pois seu contrato de trabalho é por prazo indeterminado, embora o contrato entre as prestadoras de serviços e a CSN seja por prazo determinado. Portanto, o trabalhador terceirizado permanente está sujeito a uma multiplicidade de referências.