EMPTY LABEL
São recorrentes os trabalhos que tratam da re-espacialização da indústria automobilística no Brasil nos últimos anos. Partindo do pressuposto segundo o qual há um processo de desconcentração da produção em relação às tradicionais regiões produtoras, tais estudos debatem as razões pelas quais as empresas do setor têm buscado esses novos territórios, os impactos causados nessas novas localidades, bem como a (re)configuração da gestão do trabalho e dos trabalhadores que se manifesta em cada uma dessas novas localidades. Estudos bastantes pormenorizados têm sido feitos com relação ao Sul Fluminense – notadamente sobre as cidades de Resende, Porto Real e Itatiaia – região que assistiu à chegada dessas novas fábricas nos últimos 20 anos e à montagem de toda uma cadeia produtiva, que acabaram por formar o complexo automotivo do Rio de Janeiro que em 2018 respondeu por 7,7% do total da produção nacional. Acreditamos, entretanto, haver um segmento muito específico, que pode apresentar um novo conjunto de possibilidades de explicação desse processo, percebido muito mais como uma tendência externa, global, do que propriamente – ou unicamente – local. Nos referimos às fábricas desenvolvidas exclusivamente para a produção de carros de luxo, como é o caso da Jaguar Land Rover (JLR), em Itatiaia. Dessa forma, procura-se compreender a dinâmica local/global que levou à instalação de fábricas de produção de automóveis do segmento de luxo, notadamente a da Jaguar Land Rover em Itatiaia e como ela se articula em termos de redes com outras empresas fornecedoras locais, dentro do complexo automobilístico do Rio de Janeiro. Além de secundariamente compreender a estruturação da fábrica localmente, a gestão do trabalho e dos trabalhadores, bem como as relações entre empresa, sindicatos e comunidade. Analisar trajetórias de trabalhadores, bem como o significado simbólico neles criados por se trabalhar na JLR.