Neste trabalho, tenho por foco de análise uma política pública, denominada Programa Delegacia Legal, dirigida a implementar uma forma de gestão de recursos da Polícia Judiciária do Estado do Rio de Janeiro. Em específico, objetivo estudar as formas de organização dos policiais em relação com uma reforma que interfere nos produtos de seu trabalho ao dispor informação. Através de uma nova tecnologia de gestão e informatização dos serviços policiais, o Programa busca alterar o potencial dos registros policiais para dar conta das atividades e tentar governar as condutas policiais. Se por um lado, observo que as práticas das delegacias consolidam movimentos de criatividade situada pelas regras de registro, por outro, considero que os agentes relacionam-se de forma a manter a autonomia de dizer o direito de uma ética interna e disponível à instituição. Uma norma que visa preservar os agentes das formas de controle que os tornam vulneráveis à punição. Assim, a justificativa para a não internalização das regras prescritas pelo Programa Delegacia Legal seria o fato de que a disputa pela autonomia