Baseado em experiência de 14 anos de pesquisa junto aos Médicos sem Fronteiras, o laboratório tem como foco de investigação como os antropólogos aplicam as ferramentas e metodologias de sua disciplina para contribuir para o desenvolvimento de uma resposta operacional em diversos contextos profissionais. Embora reconhecendo plenamente a legitimidade e relevância da tradição crítica da antropologia aplicada, questionando as premissas, modos de deliberação e interesses políticos, o laboratório propõe uma mudança de escala e de âmbito, situando a pesquisa em um nível presencial, onde a relação profissional realmente ocorre dando prioridade, assim, a prática da antropologia em situações profissionais diversas. O laboratório parte da convicção, forjada pela experiência, de que a antropologia pode realmente "funcionar" e, de uma forma colaborativa e multi-setorial, contribuindo para variados setores profissionais. Assim, enquadra numa discussão analítica mais ampla sobre as condições éticas da aplicação da antropologia em contextos como ONG, programas sociais urbanos, pratica pericial, etc. Finalmente, trata-se de produzir uma reflexão sobre a integração profissional dos egressos das pós-graduações em Antropologia uma vez que grande parte destes não se destinam, necessariamente, ao magistério superior. O laboratório tem por objetivos gerais poder contribuir para: profissionalização de quadros antropológicos brasileiros; definição de melhores práticas para a atuação de profissionais da área e afins; promoção de ferramentas de pesquisa e métodos inovadores na prática antropológica; prestação de serviços técnicos para organizações terceiras (associações étnicas, órgãos governamentais, empresas privadas, ONGs, museus, fóruns internacionais, etc.); produção científica de alta qualidade; avaliação ética independente de produções externas; mapeamento das possibilidades de atuação e das redes institucionais no Brasil e no mundo.