General Info
Pretendemos desenvolver um trabalho que se insere no já amplo debate proposto pela Sociologia das Profissões acerca do Poder Judiciário. Nossa intenção é a de abordar um grupo estabelecido nos tribunais do Rio Grande do Sul, que se torna notório no início da década de 90 e se distingue no cenário da magistratura nacional objetivando-se com um discurso crítico que, fundado em compromisso com causas políticas, questionava a Neutralidade enquanto um valor norteador das convicções entre os magistrados. A postura insurgente provoca contra-argumentos classificados como conservadores, fazendo instalar um debate especialmente rico a quem pretenda compreender a eficácia com que se opera determinados elementos na composição de um universo simbólico e no constante processo de (re)construção de uma identidade profissional. Considerando a magistratura enquanto um segmento social relativamente autônomo, com sua racionalidade e valores organizadores da vida em grupo, o objetivo deste trabalho é, portanto, o de captar possíveis processos de transformação em suas convicções compartilhadas. As conclusões apontam para a construção de uma identidade profissional ‘subversiva’ em concomitância com o período histórico marcado pela abertura do regime totalitário no Brasil.