General Info
Em 2002, o Rio de Janeiro tornou-se o primeiro estado do país a adotar uma lei de reserva de vagas, tanto para estudantes egressos de escolas públicas quanto para candidatos auto-declarados negros ou pardos, em suas universidades públicas, respectivamente a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). A partir de então, no Brasil, iniciou-se uma grande controvérsia envolvendo um deslocamento no centro do discurso constituinte de sua identidade de estado-nação, ou seja, a marca miscigenada de seu povo. O presente estudo é baseado num período de pesquisa compreendido entre os anos de 2001 e 2004. O objetivo desta análise será o de discutir certos aspectos da relação entre as representações sobre classe e raça assim como configuradas nas leis de reserva de vagas na UERJ e UENF a partir de 2001. Proponho neste trabalho pensar a atualização dos usos dessas categorias quando colocadas em prática nas leis de reserva de vagas das universidades públicas estaduais do Rio de Janeiro.