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Esta tese é uma etnografia sobre a produção de pessoas e objetos no mundo das promessas de Juazeiro do Norte. Aproximando-se do ciclo cerimonial e festivo das romarias através de suas imagens, a etnografia encontra a ‘promessa’ como o modo de conceituação comum para atividades aparentemente antitéticas permitindo, portanto, a reflexão dos rituais de promessas para além de uma prática de desobriga, mas como práticas generativas da produção de socialidade e de agenciamentos cosmológicos. Percebeu-se, assim, em analogia ao sistema das dádivas, que a intensidade com a qual o mundo artefato visual de Juazeiro é construído surge como um efeito das promessas em sua qualidade de trocas mediadas e não mediadas, pois o que se espera do contato entre pessoas, objetos e imagens é a influência direta entre mentes e corpos. Nesse sentido, a tese retoma a história do Padre Cícero, argumentando com dados etnográficos sua forma particular de instanciação na cosmologia católica. O poder das imagens é argumentado desde os primeiros usos da fotografia pelo próprio Padre Cícero que, de então, eclipsa este mundo fixando-se em ‘iconografia continente’. Desse modo, a observação participante foi direcionada para os espaços onde a presença do Padre se faz em relação aos objetos de promessa. Descobre-se, então, que o “presente” da promessa é a presença, a dádiva que a imagem permite; a eficácia que sua existência garante. Por fim, discutindo o estatuto destes objetos, classicamente apreendidos como ex-votos, a tese propõe outras aproximações conceituais capazes de dar relevo à criação, à individuação e a pessoalidade.

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