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A tese discute a formação do campo das ciências sociais na cidade do Rio de Janeiro, apoiando-se na teoria simmeliana acerca dos " círculos sociais ". A autora contempla as trajetórias pioneiras de duas mulheres, Heloísa Alberto Torres (1895-1977) e Marina São Paulo de Vasconcellos (1912-1973) que contribuíram de forma ímpar para a "rotinização" e a " normatização " das atividades deste campo científico. Que mulheres, na realidade, portavam os atributos necessários para o desempenho de funções públicas num mundo intelectual marcadamente masculino? Esta é uma das perguntas da tese. A análise do ingresso de Heloísa e Marina no " mundo das ciências sociais " tem como pretensão ampliar os aspectos segundo os quais a história deste campo de saber pode ser contada no Brasil. Heloísa fez da antropologia um instrumento de luta em defesa da cultura brasileira, tomando parte, criando e recriando diversos círculos intelectuais no Museu Nacional, no Conselho de Fiscalização das Expedições artísticas e Científicas no Brasil, no Conselho Nacional de Proteção ao Índio, no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Marina ocupou, durante 16 (dezesseis) anos - tornando-se, depois da Reforma Universitária, professora titular - a cátedra de Antropologia e Etnografia da Faculdade Nacional de Filosofia, Universidade do Brasil, e vivenciou os primeiros esforços de formulação e manutenção da Universidade em nosso país. A multiplicidade das " redes de interações " de Heloísa e Marina, suas alianças e confrontos, permite observar como os papéis sociais assumidos pelas personagens foram incessantemente redefinidos e como, nesse sentido, a própria sociedade deve ser entendida como uma " teia de acontecimentos ", isto é, em seu dinamismo, em suas relações mínimas entre os indivíduos, cuja repetição contínua fundamenta as grandes formações objetivas, que acabam por apresentar uma história própria.

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