Nos últimos anos, as ONGs se tornaram um ator proeminente no cenário político atual, interagindo com o Estado, com empresas e demais organizações da sociedade civil. Considerando seu rápido crescimento e as transformações experimentadas nas últimas décadas, este trabalho tem por objetivo discutir o processo de institucionalização das ONGs no Brasil. Importa aqui compreender o surgimento das primeiras entidades que posteriormente viriam a adotar a sigla, a construção de fronteiras em relação a atores próximos e a afirmação de um formato institucional próprio e de uma identidade distintiva. Além disso, busca-se também apontar algumas características gerais e analisar a forma pela qual as ONGs percebem suas relações com o Estado, o mercado e as agências internacionais, destacando possíveis novos repertórios de ação. Para isso, serão utilizados quantitativos e qualitativos: i) um survey com 301 ONGs nas capitais de cinco estados (RJ, SP, MG, BA e RS) e no DF, realizado em 2004; ii) 49 entrevistas em profundidade com dirigentes de ONGs localizadas na região metropolitana do Rio de Janeiro, realizadas em 2008.