Esta dissertação busca refletir sobre as rodas de samba inteiramente femininas formadas na cidade do Rio de Janeiro em anos recentes. Surgidas a partir da evidenciação de um conflito sobre a presença de mulheres em rodas de samba, fosse como cantoras ou como instrumentistas, arranjadoras etc., essas rodas lançavam mão de um discurso politizado e baseado no empoderamento feminino, que buscava legitimar aquele espaço pela fala. Refletindo a partir do método etnográfico, frequentei essas rodas de samba entre os anos de 2017 e 2018, cujas realizações concentravam-se nas regiões central e sul da cidade. Nelas, estive preocupada em entender o acontecimento das rodas, por meio de suas dinâmicas, presenças e performances. Além disso, para melhor compreender a presença dessas mulheres nas rodas de samba da cidade, busquei entrevistá-las a fim de entender como essas musicistas narravam suas trajetórias. A partir da compreensão dessas rodas enquanto rituais, cheguei ao entendimento de camadas de relacionamento envolvendo as musicistas, o samba e a cidade.