Na década de 70 ocorreu um regresso maciço de portugueses oriundos das ex-colônias no continente africano. Eles voltavam para Portugal, devido a insegurança e medo que sentiam nesses países, em meio aos conflitos decorrentes do processo de independência. O fenômeno do retorno português envolveu um enorme contingente de pessoas, e aconteceu em um momento difícil da vida nacional português, gerando uma fratura social entre os que viviam em Portugal e os que regressavam. Ser retornado implicava em uma imagem negativa da sua identidade. Este estudo se debruça sobre o fenômeno do retorno, mais especificamente dos que regressavam de Angola. A partir dos conceitos memória e identidade busca-se compreender a questão da identidade/identificação tal qual se colocava para aqueles que voltaram a Portugal nos anos 70. O estudo opta pela utilização da história oral, privilegiando o relato dos que passaram por essa situação. Buscando perceber como eles elaboraram as respostas a essa imagem negativa, como também construindo uma imagem do período tanto com a documentação escrita como com os relatos.