Walter Lima Júnior inicia sua filmografia com "Menino de engenho"(1965), no Cinema Novo, adaptando, primordialmente, o romance homônimo de José Lins do Rego. O filme seria afastado de algumas das principais representações estatuídas acerca do movimento cinematográfico: as produções identificadas como tendo um caráter ideológico constituíram um traço do Cinema Novo, e "Menino de engenho", visto como um filme lírico foi classificado em oposição a elas. O objetivo dessa dissertação é analisar "Menino de engenho" como um filme diferente no contexto dessas produções; para isso, apresentou-se esse contexto, como cineasta e filme com ele se relacionam, as concepções do cineasta acerca da adaptação, a recepção de "Menino de engenho" como um filme lírico pela crítica, e a interpretação de sua narrativa e narrado em uma perspectiva comparativa com linguagens e temas de filmes engajados do Cinema Novo.