General Info
A presença em meados dos anos 80, do aedes aegypti na Baixada Fluminense o noticiário em torno da dengue e suas possíveis complicações, acordam o velho fantasma da febre amarela no Rio de Janeiro. Nesse contexto dramático, campo de forças no qual se defrontam diferentes agentes, posições e concepções com relação as políticas de saúde, é que vão se encontrar envolvidos, mais uma vez, os empalhados-grupo de velhos médicos sanitaristas remanescentes das grandes campanhas de combate ao mosquito transmissor da febre amarela realizadas no país, a partir da década de 30. Militantes em recesso, veem-se subitamente transportados pelos acontecimentos para o coração das estratégias de campanha. A paixão despertada pela presença inusitada do velho conhecido aedes aegypti mobiliza-os e suscita-lhes a lembrança do passado. A densidade de suas recordações nos remetem as primeiras campanhas do início do século com suas idéias de contágio e poluição. Tais concepções, associadas a reforma urbana da Cidade do Rio de Janeiro, foram analisadas como um autêntico rito de purificação, no qual é possível entrever uma constelação de símbolos, onde o aedes aegypti ocupa um lugar central.