General Info
A recomposição do sistema produtivo mundial na Segunda metade do século XX, realiza-se mediante a presença de grandes corporações transnacionais que organizam a sua produção na forma de cadeias produtivas globais. As networks globais incorporam de maneira diversa e complementar diferentes países. A produção offshore, realizada em países onde há disponibilidade de mão-de-obra barata, é expressão do desenvolvimento de formas de articulação de processos produtivos em escala planetária. Para essas áreas são transferidas partes do processo de produção em geral associadas às atividades de montagem de determinados produtos, entre eles, o de bens eletroeletrônicos. Manaus foi incorporada a esse movimento mais geral de deslocalização e relocalização industrial quando da instalação, no final da instalação, no final da década de 60, de uma área de livre comércio e produção destinada ao abastecimento do mercado brasileiro. Criou-se, ali, um parque industrial expressivo aonde predomina a atividade de montagem de bens eletrônicos de consumo. As barreiras às importações e os incentivos fiscais deram acesso ao mercado interno às grandes empresas transnacionais que fizeram de Manaus a sua plataforma de exportação para outras regiões do país. Na década de 90, a abertura às importações, parte da política industrial brasileira destinada à modernização do parque industrial, promoveu o acirramento da concorrência e pressionou no sentido da redefinição das estratégicas empresariais para enfrentar o novo cenário competitivo. É neste contexto que as industriais de bens eletrônicos de consumo sediadas em Manaus, objeto do estudo aqui apresentado, farão a opção pela racionalização dos custos de produção mediante a intensificação do uso de equipamentos automatizados e a doação de novas formas de gestão. Os processos de mudança nas formas de organização da produção e do trabalho derivados das inovações introduzidas são aqui investigados . Os resultados da pesquisa de campo revelam na política de valorização do trabalho contraposta a uma modernização conservadora das relações de trabalho, no chamamento empresarial à participação e envolvimento do trabalho simultâneo ao pagamento de baixos salários e à manutenção de elevadas taxas de rotatividade.