Neste trabalho, examino o desenvolvimento recente da sociologia histórica, contrastando-o com as bases teórico-epistemológicas clássicas sobre as quais essa área da sociologia se consolidou. Para tal, identifico três vertentes que se destacam por proporem superar as abordagens históricas anteriores. São elas: a análise civilizacional; a "terceira onda" da sociologia histórica; e a perspectiva que, seguindo a definição de Wilfred Spohn, denomino de "pós-disciplinar". O exercício da revisão tem como objetivo identificar os avanços e as limitações de tais correntes. o argumento principal desta dissertação é que, apesar dos avanços, as três vertentes estudadas representam, também, perdas significativas no que concerne ao desenvolvimento da sociologia histórica e ao debate mais abrangente da teoria sociológica. para chegar a esta conclusão, são mobilizados repertórios teóricos de autores clássicos da disciplina, como Reinhard Bendix, Norbert Elias, paralelamente a contribuições recentes que, de maneira original, sugerem caminhos mais frutíferos para a sociologia histórica, como por exemplo, as obras dos sociologos Abram De Swaan e Michael Mann.