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Esta tese tem como objetivo discutir a categoria tempo e tempo de trabalho buscando a compreensão das vivências temporais na sociedade contemporânea flexível, a partir da introdução nas novas tecnologias de informação e comunicação (ICT). Pretende-se analisar os impactos da introdução de tais ferramentas nos processos de trabalho e na dinâmica temporal cotidiana, discutindo as concepções de clock time e network time, o aumento e velocidade da circulação de informações e a sensação generalizada de “corrida contra o tempo”. A análise é centrada em uma categoria profissional específica, a dos professores-pesquisadores membros de programas de pós-graduação em ciências sociais. A tese debate a introdução das ICTs em seus processos de trabalho, destacando em especial os impactos dos sistemas de avaliação da pós-graduação na percepção dos docentes sobre suas rotinas, tempos de trabalho e sobre a construção de conhecimento na área. Metodologicamente, a pesquisa está baseada em entrevistas semi-estruturadas com os atores e utiliza dados disponíveis sobre a pós-graduação, além de um levantamento estatístico feito a partir dos currículos Lattes dos docentes dos sete programas selecionados. Considera-se que existem vivências temporais múltiplas, para além do tempo cronométrico e enfoca-se as percepções subjetivas sobre o tempo entre os cientistas sociais, considerando elementos como gênero, carreira e geração. Sendo o tempo um recurso de valor, com conflitos potenciais em termos de alocação e uso, discute-se como tais características imprimem marcas de desigualdade nas vivências temporais dos atores. A fim de contemplar o debate sobre gênero, aborda-se as questões relativas à conciliação trabalho e vida familiar, discutindo a divisão sexual do trabalho e os impactos nas vivências temporais de homens e mulheres.

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