General Info
A presente tese visa analisar a representação sindical da juventude brasileira em dois sindicatos do setor de serviços no estado do Rio de Janeiro que têm uma grande porcentagem de jovens na base: o sindicato dos comerciários (SEC-RJ) e de telecomunicações (SINTTEL-Rio). A juventude ainda é um ator central para compreender as relações de trabalho e representação no Brasil. São cerca de 50 milhões, quase um quarto da população. Essa é a geração de jovens com maior grau de educação formal na história do país, com grande participação na economia (80% na população economicamente ativa) e se encontra em situação de vulnerabilidade no mercado de trabalho. Ainda, e não coincidentemente, muitas pesquisas apontam que, de maneira geral, a juventude trabalhadora não está engajada no movimento sindical. O setor de comércio é a grande porta de entrada dos jovens no mercado de trabalho. Em média, 23% dos jovens que trabalham estão no comércio. Ainda, esse setor tem como características principais a alta rotatividade, alta dispersão geográfica e situações de trabalho bem distintas. O sindicato dos comerciários, no entanto, só tem 3 anos de gestão democrática, tem um terço da sua diretoria composta por jovens trabalhadores, inclusive seu presidente. O segundo caso é o sindicato de telecomunicações, que representa, entre outros setores, os operadores de telemarketing; e é composto em sua maioria por jovens trabalhadores. O Sinttel-Rio, por sua vez tem uma longa trajetória de lutas e conquistas, mas tem uma diretoria mais envelhecida, com baixa participação de jovens trabalhadores em suas funções oficiais. Nesse sentido, analisamos as estratégias sindicais nos dois distintos sindicatos, a democracia sindical, o processo de renovação, os conflitos geracionais presentes e como se dá a transmissão e ressignificação da herança sindical. Assim, percebemos quais são os desafios e obstáculos para envolver as mais novas gerações de trabalhadores em suas entidades representativas.