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No Rosário tem “cuenda”, passagem, caminho. Para percorrer a vida, permear o mundo invisível e a morte, e seguir para outra vida. A noção de caminho é o fio condutor da análise proposta acerca da devoção a Nossa Senhora do Rosário vivenciada no Congado/Reinado, na cidade do Serro, no Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais. O processo festivo, enfocado em perspectiva etnográfica desde a preparação até sua culminância, aciona e movimenta um sistema cosmológico e ritual complexo em que concepções de vida e morte se vêm atravessadas por fundamentos religiosos católicos e afro-brasileiros. Nos dias festivos, os grupos dançantes – Catopês, Caboclos e Marujos – abrem, percorrem e protegem os percursos do Reinado em cortejos pelo espaço urbano e a tese analisa especialmente seu compromisso devocional elaborado por meio de músicas, cantos e performances corporais. Elucido como, no tempo e no espaço festivos, são simbolizados e experimentados diferentes significados cosmológicos da devoção ao Rosário que acentuam a interação entre famílias, pessoas vivas e mortas, santos, espíritos, almas e objetos rituais.

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