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Esta tese descreve e analisa o conceito de paisagem em imagens de pertencimento coletivo do ponto de vista de dinâmicas de identidade associadas a processos de transformação urbana. Seu foco reside em um universo social e simbólico especialmente produtivo para discutir “cidade” e “paisagem”: o contexto de elaborações discursivas de arquitetos paisagistas. De modo a abordar este universo, parto do ponto de vista de um “informante privilegiado”: o arquiteto paisagista Fernando Magalhães Chacel (1931-2011), autor de projetos de “reconstrução paisagística”. Situados no Rio de Janeiro, muitos desses projetos envolvem ações de recuperação de ecossistemas naturais embasadas em procedimentos e conceitos técnicos e científicos altamente sofisticados. Eles são aqui interrogados do ponto de vista de seu lugar em dinâmicas socioculturais em torno de processos de urbanização, tendo em vista que detêm um importante espaço de experimentação na Barra da Tijuca e Baixada de Jacarepaguá, a chamada “zona de expansão” da cidade. Partindo de um material discursivo composto de textos e registros de fala de Fernando Chacel, assim como de depoimentos de interlocutores, procurei “reconstruir” analiticamente a rede de relações sociais e a constelação de categorias de pensamento através das quais a “paisagem” parece assumir sentido e relevância coletiva. Como resultado, esta abordagem ilumina aspectos em que uma perspectiva de “destruição de paisagem” exibe sentidos de “perda cultural”, revelando continuidades entre o ponto de vista dos agentes focalizados e imagens e debates de longa duração em torno da problemática de identidade no Brasil. Palavras-chave: Paisagem; Identidade; Transformações urbanas; Fernando Chacel; Rio de Janeiro.

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