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Esta dissertação foi elaborada através da etnografia das oficinas de Afrofunk Rio e da trajetória de sua criadora, Taísa Machado. A oficina de afrofunk traz como proposta a “descolonização” do corpo e o empoderamento de mulheres através da dança. Durante dois meses acompanhei um ciclo inteiro de oficinas, um espaço construído intencionalmente para refletir a respeito das camadas que envolvem a dança e a corporalidade, tudo isso utilizando o Funk como trilha sonora. Não se trata de uma aula de dança convencional, embora lá se aprenda a dançar; também não é uma aula de ginástica aeróbica mesmo havendo sequências de alongamentos e que a vestimenta se assemelhe a que costumamos ver nas academias; também não é um clube de leitura, embora textos sejam debatidos e expostos. O compromisso que Taísa parece assumir com as oficinas têm ideais muito bem articulados. As mulheres do Funk já estão empoderando outras mulheres, de cima dos palcos e através de suas músicas, há pelo menos 20 anos, mas as oficinas aqui analisadas permitem voltar nossos olhares para a perspectiva das mulheres que consomem Funk, as que fruem. Com isso permitem a produção de uma reflexão acerca dos atravessamentos que perpassam a vivência das mulheres no Funk. Do Funk à dança, da dança ao corpo, do corpo à sexualidade, a oficina é a base para a construção de uma análise das diversas camadas que se imbricam em meio as performances desconstruídas e reconstruídas neste ambiente.

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