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A dissertação investiga como a implementação das cotas raciais no ensino superior esteve presente na produção antropológica brasileira entre 2000 e 2010. O objetivo central é compreender de que forma o debate sobre ações afirmativas impactou a disciplina, provocando disputas conceituais sobre raça, construção de nação e o papel da antropologia na formulação de políticas públicas. Especificamente, o estudo analisa como as cotas se configuraram como um problema público antropológico, identificando as principais divergências teóricas entre pesquisadores, examinando a mobilização de conceitos como justiça e ação afirmativa e investigando as tensões decorrentes dos distintos lugares de onde os pesquisadores se localizavam. Para realizar a pesquisa, foram examinados de forma qualitativa e quantitativa artigos publicados em periódicos acadêmicos, além de um mapeamento das trajetórias acadêmicas dos autores envolvidos no debate e suas participações em arenas públicas como os manifestos favoráveis e contra as cotas. A análise longitudinal permitiu observar como a produção antropológica foi afetada pela controvérsia em diferentes momentos, enquanto o estudo das redes intelectuais evidenciou uma centralidade de determinadas universidades no debate. Os resultados indicam que a antropologia não apenas refletiu os embates políticos e sociais em torno das cotas, mas também passou por transformações internas, avaliando suas categorizações e articulações.

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