Esta tese pretende explorar a imaginação da América Latina a partir das reflexões e obras de três críticos culturais que a ela se dedicaram no século XX e XXI: Richard M. Morse (1922-2001), Ángel Rama (1926-1983) e Silviano Santiago (1936-). Vistas desde o seu conjunto, primeiro em escala circunscrita a cada autor, e ao final no contraponto entre as suas perspectivas e concepções, são percebidas como linhas de força latino-americanas, cujos níveis variados de inspiração, recusa, afastamento e aproximação tecem a trama diversa da(s) América(s) Latina(s). Conformam este percurso tanto as obras como as trajetórias dos autores, pois entende-se que os modos nos quais se elabora a imaginação da América Latina perpassam e constituem a experiência intelectual e a vivência subjetiva dos autores, dando forma a variados mosaicos nesse caleidoscópio. São também três os fios/feixes que organizam o argumento desta tese desde as obras e reflexões de Morse, Rama e Santiago: a cultura enquanto perspectiva privilegiada de observação do mundo; a problemática entre cópia/ diferença e original; e a questão da dependência cultural. Ao mesmo tempo em que aproximam as imaginações dos autores pelo feixe/fio comum, possibilitam perceber os distintos/distantes reflexos e imagens que as suas ideias e escritas formam.