O acesso ao ensino superior tem por característica histórica ser excludente. Nas últimas décadas ocorreu um conjunto de políticas públicas voltadas para a expansão e democratização do acesso a essa modalidade. Para o setor público destaca-se a criação pelo Governo Federal da Lei n.o 12.711/12, conhecida por Lei de Cotas. A referida lei tem por objetivo reservar vagas no ensino superior a estudantes de escolas públicas, baixa renda, pretos, pardos e indígenas (PPI) e pessoas com deficiência (PcD), grupos que estavam fora do sistema. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é primeira instituição universitária do Brasil, possui grande prestígio social, apresenta alta seletividade e adere as cotas somente a partir da implementação da lei. Nesse sentido, surge a indagação sobre as mudanças no acesso a instituição em termos de gênero, raça e origem social em termos socioeconômicos e culturais O estudo de caso foi realizado a partir do questionário socioeconômico respondido pelos alunos no ato da pré-matrícula, no período de 2012 a 2017. Chega-se à conclusão de que apesar de haver persistentes desigualdades no acesso as áreas e cursos na instituição, a lei de cotas é uma importante medida para a redução das desigualdades no acesso ao ensino superior.