Esta dissertação é fruto de uma pesquisa sobre as relações entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Duas entidades oriundas do mesmo momento histórico, a redemocratização, e criadas pelas mesmas lideranças sindicais, PT e CUT não possuem vínculos formais, mas apresentam grande sobreposição de filiações nas direções e na militância de base. A questão de sua relação inscreve-se na problemática global das relações entre partidos e sindicatos, tema antigo na sociologia e no pensamento político, que, por sua vez, está atrelado à formação da esfera econômica e da esfera política nas sociedades modernas. A pesquisa foi conduzida pela análise dos documentos oficiais produzidos pelas organizações, por documentos produzidos pelas tendências políticas internas e por entrevistas coletadas secundariamente. Ao final, concluiu-se que as trajetórias de PT e CUT, quando tomadas em conjunto, significam uma divisão de tarefas entre uma organização predominantemente política, o Partido, e uma predominantemente econômica, a Central. Processo este proporcionado por uma rede de relações pessoais que atravessam as duas entidades e as conectam informalmente.