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Robert Flaherty (Robert Joseph Flaherty - 1884-1951)[1] foi um dos maiores expoentes do documentário moderno contribuindo de forma significativa para a constituição da linguagem cinematográfica assim como para a linguagem do documentário (Grierson, 1951,1971; Rotha,1983). Deixou-nos um legado de 10 filmes que aborda os mais variados povos e culturas (polinésios, americanos, irlandeses, inuit) a partir de um método de produzir imagens que relacionava de uma só vez a antropologia e o cinema, a etnografia e a narrativa cinematográfica. Em 1922 surge seu primeiro documentário, Nanook of the North, que coincide com o aparecimento dos Argonautas do Pacífico Ocidental de Bronislaw Malinowski, ambos inaugurando uma nova linguagem para o cinema documentário e para etnografia moderna através da reconstrução do fato social ou encenação da vida social, reconstruindo, assim, uma 'cultura' através de um dispositivo etnográfico textual ou imagético. A escolha de tomar a obra de Flaherty, particularmente seu arquivo textual, como objeto de investigação dá continuidade a meus interesses sobre as relações entre cinema e antropologia, entre etnografia imagética e cinema, como os apresentados em trabalhos anteriores sobre as obras de Jean Rouch e Eisenstein. A escolha da obra de Robert Flaherty amplia meus interesses de pesquisa sobre a constituição de uma linguagem visual etnográfica uma vez que Flaherty foi o precursor e fundador de uma linguagem documental no cinema que aliou fortemente a abordagem de pesquisa etnográfica à produção documental-cinematográfica, desenvolvendo um trabalho de pesquisa de campo de longa duração para realização de seus filmes..

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