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O objetivo de este projeto é compreender as clivagens sociais, culturais, étnicas, religiosas e epistêmicas presentes na sociedade brasileira e as formas em que se estrutura o reconhecimento ou a negação do outro. Considerando que essas formas não são dadas para os próprios atores sociais, interessa estudar como se tornam problemáticas várias modalidades de diferença, produzindo conflitos e disputas em torno ao acesso a recursos da vida social quanto reivindicações de integração e reconhecimento. A partir das múltiplas linhas de pesquisa e das abordagens metodológicas desenvolvidas no programa, estudaremos como a alteridade é tratada como problema pelos próprios atores, colocando-se em jogo em diversos planos tais como as desigualdades socioeconômicas e de acesso a direitos (em termos de raça, etnia, gênero, nível educacional, idade, inscrição na cidade), passando pelas dimensões identitárias, políticas, burocráticas e estéticas, até aos planos morais/comportamentais (notadamente criminais/judiciais). Trata-se, então, de analisar mecânicas práticas, históricas, culturais, estruturais e/ou situadas desse atravancamento da alteridade até mecanismos de justificação moral, além das múltiplas ações empreendidas por indivíduos e grupos para terem suas diferenças reconhecidas. As pesquisas realizadas no marco das cinco linhas de pesquisa do programa ? Violência, Territorialidades e Moralidades; Política, Economia e Trabalho; Arte, Cultura e Pensamento Social; Corpo, Pessoa e Relações Sociais; e Diferenças e Desigualdades Sociais ? fornecem o corpus de referência do presente projeto. Como principal resultado esperado, está a montagem de um amplo painel das diferentes gramáticas da alteridade, permitindo uma visão abrangente e uma análise transversal entre várias abordagens sociológicas e antropológicas..

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