Esta tese consiste em uma análise antropológica sobre as escolas de samba no carnaval do Recife. Registros históricos indicam a presença dessas agremiações no Carnaval da capital pernambucana, a partir dos anos de 1930, e, igualmente, sugerem que, por serem imediatamente associadas ao repertório do carnaval do Rio de Janeiro, foram percebidas como estrangeiras, intrusas e caricaturas das originais cariocas, por intelectuais como Gilberto Freyre. Desse modo, a presença e a consolidação das escolas de samba são entendidas como ameaça ao frevo (emblema do carnaval), às tradições carnavalescas "tipicamente pernambucanas", instaurando-se um campo de debates, ao longo do século XX, de conteúdo de extremo regionalismo, em torno das noções de tradição, identidade e pertencimento.