Este artigo aborda um processo de construção de arenas públicas da luta por moradia no Rio de Janeiro a partir das escalas do sujeito e do coletivo. Analiso os entrelaçamentos de uma trajetória de vida individual, a de Di, moradora de uma favela carioca, com a história de um coletivo de luta pela moradia, o Conselho Popular. Descrevo ocasiões de encontro entre militantes, formas de mobilização como reuniões e atos públicos e documentos – manifestos e atas de reuniões – com o objetivo de debater o processo de dessingularização de problemas locais e da indignação pessoal em direção a causas mais amplas de luta por direitos. Busco chamar atenção para a maneira como os atores sociais em situação de ameaça de remoção acionam competências críticas na formulação da categoria de “injustiça” ao construírem arenas públicas da luta pelo direito à moradia.