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Neste artigo, visito minhas vivências como professor de sociologia no ensino médio e na licenciatura em ciências sociais para sugerir algumas reflexões propositivas sobre o ensino desse saber. Em linhas gerais, defendo uma concepção de ensino de sociologia baseado no que defino como “ensinar sociologia fazendo sociologia”. Para tanto, sugiro que é preciso repensar o que Illich chamou de ‘cultura da escolarização’. Dentre os mecanismos que regem essa cultura, está o de transformar pessoas em alunos. A figura do aluno destituída de pessoa faz parte do sistema de ensino institucional. O aluno que progride na escala do esclarecimento, assimilando conhecimentos por meio de uma rotina de concentração e atenção ao pensamento abstrato, capaz de manter o corpo inerte enquanto sua mente executa o trabalho de absorção e decodificação de informações durante as aulas. Essa figura padronizada e idealizada parece ser um dos pontos de sustentação da ‘cultura da escolarização’. Porém, essa figura não existe na realidade. Assim, o artigo sugere uma forma de ensinar sociologia que trata docentes e alunos como pessoas. No centro gravitacional dessa proposta está o que Masschelein denominou de ‘pedagogia pobre’ ou ‘caminhar pelo mundo’. Procuro traduzir essas denominações na ideia de ensinar sociologia fazendo sociologia.

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