A enfermagem se estabeleceu ao longo do seu desenvolvimento como um fazer definido pelo cuidado. Na bibliografia da área, tal categoria tem sido mobilizada tanto para definir e situar sua especificidade como profissão, referindo-se a um conjunto de conhecimentos e de atividades próprias da atuação das enfermeiras, quanto para descrevê-la como uma prática que ultrapassaria as atividades técnicas, se estendendo à dimensão emocional. Nesse sentido, por meio de uma etnografia realizada com estudantes e professoras da faculdade de enfermagem de uma universidade pública mineira, o presente trabalho tem como objetivo discutir como dois conjuntos de emoções eram entendidos e vivenciados nos contextos de aprendizado do cuidar. Considerando o corpo e o cuidado como eixos explicativos, procuraremos demonstrar como a tristeza e o sofrimento eram percebidos como entraves para a realização de uma prática satisfatória e como as afetividades, como o carinho e o amor, eram entendidas como elementos potencializadores da assistência dispensada.