O aplicativo de transporte do CV exemplifica um processo mais amplo de reconfiguração criminal no Rio de Janeiro. Ele combina inovação tecnológica, coerção territorial e circuitos financeiros sofisticados, articulando dimensões locais e globais de economias ilícitas. O caso destaca a necessidade de compreender o crime não apenas como desvio ou ameaça externa ao Estado, mas como um fenômeno que opera dentro das tensões inerentes à criminalidade urbana (ilegalismos). Enfrentar esse cenário exige políticas públicas que vão além da repressão às drogas, incorporando estratégias de regulação de mercado, controle de fluxo financeiro e fortalecimento institucional. Sem essas medidas, o crime organizado continuará a se reinventar e a competir cada vez mais com o Estado por funções essenciais de governança.