Este artigo analisa o papel do sistema de justiça brasileiro no combate à corrupção, com foco nos mecanismos e estratégias utilizados por instituições como o Ministério Público. A partir da Operação Lava Jato, explora-se as mudanças paradigmáticas na persecução penal, incluindo o uso intensivo de colaborações premiadas e acordos de leniência. A discussão destaca como a agenda anticorrupção transformou o equilíbrio de poder entre instituições políticas e jurídicas, frequentemente borrando os limites entre independência judicial e interferência política. Ao examinar as implicações sociopolíticas dessas práticas, o artigo ressalta os riscos de estigmatização, o enfraquecimento da confiança democrática e a criminalização da política no Brasil