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A noção de reparação, central na história político-moral do mundo contemporâneo, adquiriu novos sentidos e efeitos após a Segunda Guerra Mundial. As situações consideradas críticas e passíveis de reparação ampliaram-se significativamente a partir de então, assim como as demandas e os conflitos em torno do que seriam formas ajustadas de compensação diante dos danos provocados por acidentes, desastres, crises e catástrofes sofridos por aqueles que se consideram “vítimas” merecedoras de reparação. A apresentação trata desse processo e destaca a perspectiva que as ciências sociais e, em particular, a antropologia têm construído diante do tema. A partir dessa perspectiva, deixamos aberto o sentido de “reparação” como uma chave para problematizar o modo pelo qual esse termo é mobilizado em diferentes domínios, como o da reparação estética, psicológica, simbólica, econômica, ambiental etc. Ainda, destacamos os aspectos centrais que a disciplina tem tratado em trabalhos etnográficos sobre a questão e, em seguida, as contribuições específicas dos seis artigos reunidos no presente dossiê para sua compreensão.

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