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Este artigo apresenta os resultados de uma análise sociológica da construção moral do mercado de organização no Brasil. Esse mercado é formado por consultores de organização (personal organizers [POs]), prestadores de serviços que efetuam um trabalho baseado na mobilização de práticas sequenciadas visando estabelecer maior funcionalidade e otimização em diferentes dimensões da vida individual. Metodologicamente, realizei entrevistas semiestruturadas com POs, acompanhei presencialmente um grande evento desse ramo no Brasil e analisei manuais de organização pessoal. Teoricamente, esta pesquisa se apoia sobre a sociologia da moral e a sociologia pragmática visando mapear os sentidos e valores em jogo na construção moral do mercado em questão. A partir dos dados coletados, argumento que a organização é vendida pelos POs como um dispositivo maximizador de bem, isto é, como um conjunto de operações práticas cujos efeitos incidiriam em diferentes tipos de bem (bem de si, bem do outro, bem comum e bem de todos) e, por essa razão, influenciariam positivamente tanto a dimensão privada da experiência cotidiana quanto a dimensão coletiva da vida social.

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