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O aumento da escolaridade ocupa espaço relevante nas formulações sobre oportunidades no mercado do trabalho e sobre as chances de mobilidade social. Este artigo tem como objetivo discutir em que medida a mudança no perfil educacional da força de trabalho de graduados com educação superior corresponde à alocação em grupos ocupacionais com demanda equivalente a esse nível de qualificação. Analisar essa relação tem relevância no momento de expansão significativa da educação terciária no Brasil e de profundas mudanças estruturais que afetam o funcionamento do mercado de trabalho. O texto examina as evidências dos últimos quarenta anos acerca das mudanças no perfil educacional da força de trabalho, levando em conta a relação entre anos de estudo e as oportunidades e/ou desigualdades do mercado de trabalho. A partir de dados produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o artigo mostra que, apesar do crescente número de trabalhadores com educação superior, a maior parte deste grupo não está inserida em função compatível com seu grau de qualificação, indicando um crescimento da taxa de graduados em ocupações que não requerem esse nível de escolaridade. Os resultados mostram ainda que o acesso ao ensino superior e ao mercado de trabalho brasileiro segue marcado por significativas desigualdades de gênero e cor/raça.

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