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A publicação recente de obras acadêmicas sobre desaparecimento de pessoas no Brasil contemporâneo demonstra que pesquisadores de diferentes disciplinas têm se engajado de modo crescente com o fenômeno, em contraste com a escassez de literatura especializada sobre o tema que marcou a primeira década dos anos 2000. Este ensaio bibliográfico é uma reflexão sobre os movimentos analíticos que artigos, teses e livros sobre desaparecimento de pessoas no Brasil pós-ditadura vêm realizando. Inicialmente, os poucos trabalhos sobre o tema tratavam de descrever e tentar definir o desaparecimento em sua especificidade fenomênica. Mais recentemente, porém, teses e livros vêm se desprendendo do desaparecimento como fenômeno empírico particular em prol da assunção do termo “desaparecimento” como categoria analítica. Essas obras exploram o termo como ferramenta capaz de reunir, para fins analíticos, fenômenos tão diversos quanto a escravidão, a não-identificação de corpos, o encarceramento em massa e a emigração, entre outros. O ensaio comenta esse movimento mais recente e o interpela quanto a seus possíveis efeitos.

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