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Este artigo objetiva analisar as críticas à instalação clandestina de energia elétrica – conhecida como “gato” – e como ela pode ao mesmo tempo ser pensada como crítica, partindo da observação etnográfica da troca de acusações entre moradores da Favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, e agentes da concessionária de energia elétrica Light, na era das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Observou-se a predominância dos dois lados da insinuação de fraude, uma acusação velada de roubo – de energia de um lado, de dinheiro do outro. A relação entre prestadora e clientes persiste entre o pagamento da conta supostamente abusiva e a tolerância ao “gato” supostamente praticado pelos moradores.