Este artigo apresenta contribuições da sociologia pragmática para o debate sobre o comprometimento de atores econômicos com causas socioambientais. Diante da controvérsia acerca do desempenho desse engajamento, propomos a noção de capitalismo comprometido, buscando entendê-lo por meio da sustentação moral de suas críticas, de sua defesa e da construção de sua normatividade. Nosso objetivo é enfatizar duas dimensões observadas no capitalismo contemporâneo: o comprometimento declarado com uma causa e os esforços de atores para estabilizar um compromisso entre ordens de valor distintas (mercantil, industrial e cívica) e criar dispositivos que o atualizem no mundo. Com base em um corpus textual de jornais brasileiros, examinamos o jogo de críticas à responsabilidade social corporativa, à sustentabilidade empresarial e às finanças sociais, bem como suas respostas. Como resultado, expomos um quadro de críticas internas e externas ao compromisso que permitem entender os contornos da dimensão moral que sustenta alguns aspectos cruciais do capitalismo contemporâneo.