Neste artigo o autor focaliza os diferentes pontos de vista da população de um determinado subúrbio do Rio de Janeiro sobre os conceitos de patrimônio, memória e espaço. Diante de um processo de transformação urbana radical conduzido pela prefeitura da cidade sobre o espaço do seu bairro, eles discutem o destino de um velho cinema ameaçado de demolição. Alguns o entendem como um patrimônio a ser protegido e preservado porque supostamente expressa a memória do bairro. Outros defendem a tese de que o velho prédio deveria ser demolido e em seu lugar construída uma nova praça pública. Para o autor, estamos diante de dois modos distintos de entender o conceito de patrimônio: um deles baseado numa perspectiva abstrata e jurídica; um outro baseado na experiência de vida cotidiana dos moradores.