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O objetivo deste texto é fazer um breve balanço dos posicionamentos teórico e político da sociologia (do trabalho) no que diz respeito aos temas trabalho e sindicato em processos designados como de "reestruturação produtiva". No que se refere ao tema trabalho, o texto estará centrado nos dois conceitos que distinguem as principais tendências de análise sociológica das mudanças provocadas pela reestruturação. Trata-se do par de conceitos "flexibilização"/"precarização" que não só motiva embates teóricos da sociologia do trabalho atual como constitui o ponto a partir do qual se formulam alternativas de análise não necessariamente polares. A disputa ocorre exatamente entre as interpretações acerca do caráter mais ou menos virtuoso ou mais ou menos negativo atribuído aos processos que vêm resultando da chamada crise do "fordismo". No que se refere ao sindicato, a análise estará centrada na idéia de que a instituição está em "crise". Esta idéia está presente nas análises recentes, principalmente na Europa e nos EUA, sendo divergentes as interpretações quanto aos efeitos da referida "crise" - para alguns a realidade atual sinaliza um declínio inexorável da instituição sindical; para outros, a "crise" não é do sindicato, mas de um modelo de sindicato superado pela "reestruturação produtiva". Embora boa parte dessa literatura trate da realidade de países mais industrializados, as circunstâncias atuais da globalização permitem-nos dialogar com suas propostas teóricas e explicativas para analisar a realidade de um país periférico, mas integrado ao sistema mundial, como o Brasil.

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