PT | EN | ES

Informações Gerais

Texto

A tese aborda as práticas e o pensamento xamânico tal como concebidos pelos Kulina, etnia falante de uma língua Arawá, que vive atualmente às margens do rio Purus e de afluentes do Juruá, no sudoeste amazônico. Investiga de que modo os corpos xamânicos são fabricados e quais os fluxos que os perpassam. Através da observação dos ritos xamânicos realizados na aldeia, bem como dos relatos destes especialistas a respeito dos processos de aprendizagem dos conhecimentos xamânicos, buscou-se apreender os aspectos fundamentais do conhecimento Kulina acerca das relações e formas de interação entre seres e mundos do cosmos. Neste sentido, buscou-se perceber através de que mecanismos os xamãs Kulina logram realizar sua especialidade na arte de materializar conhecimentos, poderes e relações estabelecidas além-mundo. Uma categoria se mostrou essencial na prática xamânica e no modo como os Kulina concebem as relações intra e entre mundos: a pedra que os xamãs guardam no interior de seus corpos. Empreendeu-se assim uma investigação dos diferentes campos de significação associados a esta categoria não apenas no universo Kulina como também através de uma vasta região em que a materialização se mostrou como fenômeno importante na compreensão do conhecimento xamânico. Os resultados obtidos foram sobretudo a apreensão de uma exegese da diferença, associada à ênfase xamânica na materialização, enquanto variações de vibrações de corpos e mundos. A estabilização de corpos e mundos em determinadas frequências é apreendida através de artefatos transacionados que se constituem como índices de outras frequências possíveis, mas em estado de latência.

Responsável
Orientador(a)/Supervisor(a)
Financiador

Produções

Produto