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A corrupção policial é um fenômeno de crescente visibilidade em todo o Brasil. No entanto, o contexto do Rio de Janeiro se destaca em relação a determinadas práticas policiais que ocorrem no dia a dia, dentre elas a corrupção. Partimos da perspectiva que os policiais possuem uma moralidade muito própria que orienta suas ações e que julga suas práticas. Essa moralidade pode ou não guardar uma conexão direta com uma moralidade legal e social que julga e condena determinadas práticas. Nesse sentido, a corrupção é interpretada pelos policiais de acordo com o contexto e com a perspectiva moral que ele possui. Esse debate traz alguns questionamentos: O que os policiais que praticam ou não corrupção dizem dessas situações? Existem discursos de negação, justificação ou neutralização da corrupção? E quais são eles? O propósito desta tese é através de entrevistas com policiais civis e militares identificar quais as percepções que esses agentes têm da prática de corrupção policial em suas diferentes possibilidades, internas e externas. Além desses agentes, serão consideradas também reportagens e notícias divulgadas em jornais, revistas ou internet sobre a corrupção policial. A metodologia empregada foi a utilização de entrevistas com agentes dos diversos escalões das polícias civil e militar, a análise documental de processos administrativos disciplinares e observação direta de audiências dos conselhos disciplinares de ambas instituições através da Corregedoria Geral Unificada. Os resultados indicam que as intuições estudadas utilizam a lógica punitiva para lidar com os desvios de conduta, no lugar de adotar uma postura de responsabilização. A hierarquia institucional favorece a punição dos escalões mais baixos de policiais e protege aqueles que possuem posições hierárquicas mais elevadas. A pesquisa ainda aponta que as instituições de controle não possuem autonomia e nem recursos suficientes para se abster do contexto político em que estão inseridas. Isso implica que sua ação está vinculada e cerceada aos interesses políticos do período político em que se encaixam.

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