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Esta dissertação apresenta uma análise da gestão moral dos negócios de impacto (NIs), empreendimentos econômicos voltados para a resolução de problemas sociais por meio da oferta de produtos e serviços com a missão declarada de gerar ao mesmo tempo impacto social e resultado financeiro positivos (lucro) sustentável, isto é, sem contribuições e doações filantrópicas. Eles constituem o que é chamado nesse universo de “setor 2,5” (dois e meio), intermediário entre o setor privado e o setor das organizações sem fins lucrativos. Adotando uma postura compreensiva que privilegia as representações dos atores, analiso as justificações por estes construídas para a realização desse tipo de negócio e como eles buscam – e, em parte como alcançam – efetividade social, isto é, moral, para sua existência e suas práticas. A pesquisa mostrou que os NIs são apresentados como mecanismos eficientes para resolver problemas sociais dos quais nem o Estado nem a filantropia conseguiriam dar conta, e que enfatizam um enquadramento industrial, com base na eficiência da intervenção social que realizam e no compromisso com a mudança social. Argumento que essa eficiência empresarial é articulada com outras lógicas, notadamente a cívica, baseada nos ideais de solidariedade e interesses coletivos, e a altruísta, na qual a produção de bem de todos passa necessariamente pela produção de bem do outro. Esses negócios são, assim, apresentados como empreendimentos exemplares, ou seja, exemplos que, segundo as pessoas neles engajadas, demonstram pragmaticamente o que pode e deve ser feito para resolver algum problema social, para melhorar o mundo, a partir das empresas – e que os negócios são um plano ideal a partir do qual as mudanças sociais possam ser desenvolvidas.

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