PT | EN | ES

Informações Gerais

Texto

Esta tese aborda o tema da agrobiodiversidade e dos saberes locais entre os Krahô (TO, Brasil). A análise busca articular as diferentes dimensões ligadas ao cultivo, às relações de gênero e parentesco, à cosmologia, à arte e ao ritual. A etnografia se fundamenta nas experiências multisensoriais e na intensa sociabilidade da roça; nos saberes femininos e masculinos associados ao manejo agrícola, às práticas alimentares e de resguardo. Trata das formas de classificação das espécies e variedades cultivadas pelos Krahô, da lógica do sensível e da percepção estética que as orienta, assim como das amplas redes sociais de circulação, suas normas e valores. A importância das plantas cultivadas entre os Krahô não se restringe à esfera alimentar: elas são cultivadas enquanto “parentes”, são “gente”, pensam e sentem, veem e cantam o mundo. O foco da tese se coloca sobre o ciclo de vida da batata-doce (jàt): desde o plantio, o crescimento até a colheita, quando ocorre a Festa da Batata (Jàtjõpĩ), evento em que as plantas da roça são animadas e personificadas. A forma da tese se inspira ainda na homologia entre os ciclos ecológicos e sociocosmológicos, apontando para um modo radicalmente distinto de pensar a relação com o ambiente e com os outros seres que nele cohabitam, entre aquilo que se convencionou chamar de “natureza” e “cultura”.

Responsável
Orientador(a)/Supervisor(a)
Financiador

Produções

Produto9