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Informações Gerais

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A tese de doutorado consistiu em uma pesquisa antropológica que teve como principal objetivo compreender quem são, como atuam e como se formam militantes pelos direitos dos idosos. Para atingir este objetivo foram escolhidas as trajetórias de vida, discursos, relações, ações e produções das mulheres de mais de 60 anos que compõem a maioria dos participantes no Fórum Permanente da Política Nacional e Estadual do Idoso no Estado do Rio de Janeiro (Fórum PNEIRJ). O citado fórum existe desde 1996 e é um espaço público onde representantes da sociedade civil se encontram para debater sobre os direitos das pessoas idosas. A metodologia utilizada se baseou na Teoria Ator-Rede (TAR) (LATOUR, 2012), com a proposta de seguir dez mulheres engajadas pela causa dos idosos e traçar suas redes de ações, associações e significados durante os anos de 2016 a 2018. A partir da compreensão de que existem múltiplas possibilidades em relação à velhice e que não é possível referir-se ao fenômeno como sendo homogêneo, as pesquisadas podem apresentar uma forma específica de vivenciá-la. As mulheres do Fórum PNEIRJ residem na cidade do Rio de Janeiro, são majoritariamente aposentadas, brancas, de classe média, com nível escolar superior, solteiras, sem filhos e exerceram trabalhos remunerados durante a vida adulta, relacionados às áreas do Serviço Social, Psicologia, Pedagogia e Gerontologia. No exercício dessas profissões associadas à características consideradas femininas, elas entram em contato com o tema da velhice e desenvolvem uma sensibilização em relação à causa. Pode-se dizer que elas são movidas pela oportunidade de promover ajuda e cuidados direcionados aos idosos - que no geral são considerados por elas como vulneráveis e em condições precárias de vida, além de desconhecedores e por vezes desinteressados dos seus direitos -, e/ou pela possibilidade de dar continuidade a uma trajetória de engajamento político, agora pela causa das pessoas idosas. No processo e exercício de suas militâncias, estas mulheres partem da compreensão de que as diversas realidades que se apresentam para a velhice e suas necessidades devem ser pensadas através de soluções coletivas, rejeitando propostas e receitas individuais que propagam a alternativa de um envelhecimento bem sucedido mediante a capacidade pessoal de prevenção em relação à saúde, lazer e consumo.

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