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Este trabalho é uma etnografia realizada nos ônibus da cidade do Rio de Janeiro, com particular enfâse no comportamento e representações de passageiros de cores diversas. Teve como ponto de partida uma sensação subjetiva de discriminação racial ocorrida nos mesmos. Tomando inicialmente o ônibus como um espaço liminar (Turner, 1974), o trabalho ressalta a estruturação social das relações sociais em princípio impessoais neste espaço em movimento. Através da observação direta e de entrevistas com brasileiros e negros estrangeiros usuários de ônibus públicos, a dissertação procura desvendar as etiquetas e tensões que regem a sociedade dos ônibus, como, por exemplo, as regras que operam no momento das escolhas de parceiros na hora de compartilhar o assento, e as pequenas gentilezas e crueldades que caracterizam essas viagens urbanas. A pesquisa revela uma silenciosa mas forte tensão racial dentro do ônibus manifesta na rejeição e na falta de solidariedade entre passageiros de cores diferentes. Mais não só a tensão racial que o trabalho desvenda, pois revela também a tensão entre velhos e moços e entre mulheres e homens. Assim, a pesquisa é uma contribuição aos estudos das relações raciais em particular e antropologia urbana em geral.

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