Este estudo tem um duplo objetivo. Primeiro, visa desenvolver uma reflexão acerca da substituição conceitual da noção de "qualificação" pela de "competência", tendo como ponto de partida a transição dos modelos produtivos de base taylorista/fordista para a especialização flexível. Investiga tanto os ganhos quanto as limitações que tal substituição encerra, bem como as fragilidades ainda presentes no discurso. Em segundo lugar busca a partir do estudo de caso de uma organização prestadora de serviços na área de administração da formação profissional, analisar o processo de reestruturação organizacional pelo qual o instituição vem passando, bem como como a construção de um novo modelo de "funcionário competente". Aponta as diferentes percepções existentes entre os funcionários e gerentes em torno dos atributos que estariam sendo valorizados após a "mudança", indicando que a competência não é um conceito absoluto e que assume contornos distintos, dependendo da posição que se ocupa no processo produtivo, no mercado e na sociedade, traduzindo situações histórico-sociais concretas.